Sobre Nós





Aprendemos mais sobre resiliência, amor e afeto a cada dia que passa. É um privilégio poder trabalhar diretamente em ações que mudam o mundo. Em nossa jornada, vamos semear esperança para aumentar a acessibilidade e a inclusão para todos.
A deficiência como potência;
Mentalidade e atitude como base;
Mudança e transformação favoráveis;
Um mundo mais justo.
Missão
A missão do Instituto Gingas é difundir a cultura afro-brasileira e colaborar para um mundo livre de preconceito, onde as deficiências não impeçam as pessoas de gozar de uma cidadania plena.
Por entender que frequentemente pessoas em situação de vulnerabilidade se beneficiam sobremaneira de redes sólidas, solidárias e hospitaleiras, o Gingas vem se empenhando em promover programas e projetos que resultem em mudanças de alto impacto e valor social nas vidas das pessoas atendidas por suas ações.
Por celebrar a ancestralidade que dá origem ao diverso povo brasileiro, o Gingas é uma OSC que se empenha em buscar ações afirmativas colocando-se nas múltiplas arenas onde o preconceito se mostra de forma mais marcante: nas relações interraciais; no empoderamento feminino; e no enfrentamento à intolerância religiosa e cultural, à violência contra a criança e à pedofilia, e ao preconceito contra a pessoa com deficiência, marcadamente aquelas com deficiências intelectuais.
Compreendendo a potência de suas atividades e o alcance de suas ações dentro do universo familiar, a organização assume a missão de formar pessoas atentas ao reforço dos laços parentais, entendendo que é no seio do lar e da convivência cotidiana que se constroem as primeiras aspirações do afeto e da responsabilidade, elementos importantes também para que mães, pais, avós, tias e irmãs desenvolvam suas potências e suas capacidades de atuação nos planos simbólico, cidadão e econômico da cultura. Ao celebrar 18 anos do projeto Din Down Down em 2021, firme a seus princípios e fiel às suas raízes, o Instituto Gingas está comprometido com um dos públicos mais afetados pelo preconceito em face de um vácuo de políticas públicas.
Visão
Nosso objetivo é ajudar a construir uma sociedade mais inclusiva e respeitosa, onde as pessoas com deficiência sejam vistas e valorizadas pelo seu potencial.
O Instituto Gingas quer ser reconhecido como uma organização da sociedade civil capaz de realizar mudanças positivas, de alto valor e impactos socioambientais significativos nas vidas de crianças, adolescentes e adultos, bem como de suas famílias e vizinhanças.
O programa Din Down Down, por exemplo, recebe na APAE/Niterói cerca de 60 beneficiários com deficiências intelectuais e motoras (conhecidos por nosso método como “capoeiras PCDs”) e suas famílias para aulas de capoeira, percussão, canto e cultura africana com o objetivo de melhorar a educação parental e o desenvolvimento pessoal.
Esse público, especialmente as mães dos alunos atendidos pela aula, criou uma grande rede de apoio e sabedoria sobre os inúmeros desafios que a falta de políticas públicas causa. Isso deu origem ao conceito de “mãe-griô”. Trata-se de mulheres resilientes que conseguiram manter seus filhos e filhas em um ambiente educacional constante, apesar de todos os obstáculos. Estas transmitem seus conhecimentos cotidianos por meio da oralidade, nos permitindo ver pontos de vista diferentes de outras epistemologias. O Instituto Gingas conta com as mães-griô para promover as mudanças necessárias para um mundo mais acessível e democrático.
Valores
- Promoção da Capoeira e da Cultura Nós somos uma organização que incentiva a educação, a capoeira e outras culturas. Existem iniciativas e projetos que visam compartilhar e preservar a cultura da capoeira.
- Inclusão e Diversidade O “Din Down Down” oferece aulas e apresentações de capoeira para pessoas com deficiência, especialmente aquelas com síndrome de Down.
- Responsabilidade Social Nós visamos promover a responsabilidade social e contribuir para o desenvolvimento da sociedade e da humanidade.
Os valores que são celebrados e ensinados em todas as dinâmicas do Instituto Gingas são os seguintes: ancestralidade; democratização; acessibilidade; ludicidade; antirracismo e antimachismo; hospitalidade; sustentabilidade; proatividade; foco nos resultados; e acreditar na mudança.
O Instituto Gingas acredita que a mudança é feita por ação e tem um efeito positivo no meio ambiente. A organização é vinculada ao bioma da mata-atlântica e à cultura afrobrasileira por meio da valorização da ancestralidade. Muitas famílias de pessoas com deficiência podem viver em sociedade com respeito à cidadania graças ao Din Down Down, o principal elo entre ancestralidade e acessibilidade no Gingas.
Nosso método, que é hospitaleiro e dialógico, visa receber as pessoas de forma afetiva, aprendendo com o que trazem de diferente. Cada superação ensina a pessoa com deficiência e sua rede parental novas maneiras de lidar com as coisas. A felicidade dos capoeiras PCDs e das mães-griô é evidente quando jogam, cantam e dançam nas rodas de capoeira.
A experiência com mães-griô mostra que a educação parental é um caminho forte para fortalecer os laços familiares e comunitários e que as pessoas têm maior capacidade de lidar com problemas em rede do que sozinhas. Por isso, trabalhamos para que as famílias participem ativamente das aulas, pois é uma maneira concreta de combater a evasão escolar e fortalecer a ideia de que a escola é um lugar de acolhimento e pertencimento.
É importante destacar que a organização faz parte da Rede Nacional de Griôs por meio do Mestre Bujão. Essa rede promove a troca de conhecimento intergeracional por meio da oralidade, com os mais velhos servindo como mentores para os mais jovens. A afrobrasilidade permite a acessibilidade cultural.
ODS
Os objetivos de desenvolvimento sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas possam desfrutar de paz e prosperidade em todos os lugares (ONU, 2021).
Neste contexto, o Instituto Gingas está engajado em participar da década de ação para atingir as metas da Agenda 2030 no Brasil. Essas metas estão relacionadas aos quatro ODSs, que são a qualidade da educação (ODS 4); igualdade de gênero (ODS 5); redução das desigualdades (ODS 10) e paz, justiça e instituições eficazes (ODS 16).
Trajetória de Mestre Bujão e do Instituto Gingas
David Nascimento Bassous, mais conhecido como Mestre Bujão, começou a capoeira de forma inesperada quando tinha 13 anos no quintal de uma casa vizinha nos terrenos de chão batido no Morro do Estado, em Niterói, RJ.
Posteriormente, ele passou a treinar com Mestre Paulinho Sabiá, com quem se formou em 1989 (com corda marrom na época), que também foi o fundador do Grupo Capoeira Brasil. Desde então, sua vida foi dividida em duas direções opostas: a do capoeirismo e a da educação. Foi criando a figura do educador popular na interação entre esses dois caminhos.
Na década de 1990, Mestre Bujão fez um investimento voluntário em atividades sociais na cidade de Niterói, oferecendo aulas de capoeira para três diferentes grupos de pessoas: na Praça Leoni Ramos (no bairro São Domingos), para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade; na Casa Maria de Magdala (no bairro do Sapê), para crianças, adolescentes e jovens portadores do HIV; e na Escola Especial Solange Dreux (no bairro de São Francisco), para estudantes e pessoas com deficiência. Davi Bassous é mestre de capoeira e griô, especialista em acessibilidade cultural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em ciência da arte pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e um dos pesquisadores que ajudou a declarar a capoeira Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo IPHAN.
Após mais de dez anos de acumular conhecimentos e vivências a partir de suas origens nas tradições orais africanas, Davi Bassous é reconhecido pelo Ministério da Cultura como "Griô" (guardião da memória e da tradição oral de um povo) e "Tuxáua" (luta contra a intolerância religiosa e cultural). Em seguida, Davi Bassous idealizou o projeto "Din Down Down" e fundou, com amigos colaboradores, a Organização da Sociedade Civil Instituto Gingas.
O Instituto Gingas começa oficialmente sua colaboração com a APAE/Niterói, iniciando o projeto "Din Down Down" em suas instalações.
Entre 2009 e 2011, o Instituto Gingas recebe três prêmios significativos: "Pontos de Valor", estabelecidos pelo Ministério da Cultura; "Pontos de Cultura do Estado do Rio de Janeiro" (ao certificar-se como Ponto de Cultura e firmar um convênio com a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro – SEC/RJ por meio do projeto "Casa da Cultura Afro-Brasileira"); Vencedor do Prêmio Ludicidade da "Pontinho de Cultura" nas 1a e 2a Edições, criou os projetos "O Corpo Como Primeiro Brinquedo Cultural" e "Corpo Cultural", que promoveram a preservação e a difusão da cultura do brincar por meio da realização de rodas de capoeira e atividades com elementos da cultura popular brasileira.
O projeto "Din Down Down – Capoeira Especial" é um dos 941 projetos contemplados em todo o Estado do Rio de Janeiro e foi selecionado para o Prêmio "Rumos Itaú Cultural: Educação, Cultura e Arte". Foi publicado no livro "Sentidos: Rumos Educação, Cultura e Arte".
O projeto "Din Down Down" volta a receber elogios da Câmara Municipal de Niterói e ainda recebe a premiação "Iniciativas Culturais" da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação de Arte de Niterói (FAN) nesse ano.
David Bassous participa do Primeiro Seminário Municipal de Capoeira e Acessibilidade e recebe certificação e apoio como Ponto de Cultura municipal de Niterói com o projeto "Din Down Down – Gingas Acessíveis".
O Ministério da Cultura concedeu à organização o "Prêmio Culturas Populares – Edição Selma do Coco".
É considerado um ponto de cultura na cidade de Niterói, onde mantém e desenvolve o projeto "Din Down Down – Gingas Mulher" na APAE.
É recompensado com dois prêmios: "Din Down Down – Ritmos Ancestrais", promovido pela Lei Emergencial Aldir Blanc, e "Din Down Down – Mães Griô Gingando com a Vida", sua terceira edição como Ponto de Cultura Municipal em Niterói. Ambos os prêmios são concedidos apesar das dificuldades enfrentadas devido à pandemia de COVID-19.
O projeto "Din Down Down – Girando à Roda" foi selecionado no Edital "Retomada Cultural RJ".
O projeto "Din Down Down: Construindo Laços com a Família" começa com o patrocínio da ENEL, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. O projeto expande a atuação da APAE/Niterói para mais 12 escolas públicas em Niterói, Saquarema e Cachoeiras de Macacu.